10 de janeiro de 2011

Todos contra todos, canhotos e destros

Esta campanha presidencial é um elogio permanente à pobreza argumentativa e ao raciocínio estreito. Além de rondar e rondar e voltar à ronda da pureza e/ou corrupção dos candidatos face ao demónio bancário, pouco mais se faz para além de constatar o óbvio. E até esse é tão parco...
A esquerda acusa a candidatura de Cavaco Silva e seus partidários apoiantes de conspirarem para o domínio total do espectro político: um governo, um presidente, o país. Já a direita, que pediu a voz emprestada a Manuela Ferreira Leite, acusa a esquerda de querer dominar totalmente o espectro político nacional.
Eu não sei onde é que têm andado, mas usualmente a contenda política orienta-se no sentido da obtenção do poder. E a esquerda costuma seguir nas fileiras de esquerda, e a direita enfileirada com a direita.
Serão todos canhotos?
Vamos continuar a brincar às teorias conspirativas e ao pueris jogos de guerra e crise política, com Dominique Strauss-Kahn a reservar duas dezenas de passagens aéreas para Lisboa, via Paris ou Berlim?
Esta campanha tem sido cansativa pela inexistência latente de campanha. E se a abstenção costuma chegar aos 50 por cento na eleição do Presidente da República, temo que mais uns quantos eleitores tenham dado meia volta e rumado à casa do não-voto, tão estimulante tem sido esta aventura.

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