10 de janeiro de 2011

Todos contra todos, canhotos e destros

Esta campanha presidencial é um elogio permanente à pobreza argumentativa e ao raciocínio estreito. Além de rondar e rondar e voltar à ronda da pureza e/ou corrupção dos candidatos face ao demónio bancário, pouco mais se faz para além de constatar o óbvio. E até esse é tão parco...
A esquerda acusa a candidatura de Cavaco Silva e seus partidários apoiantes de conspirarem para o domínio total do espectro político: um governo, um presidente, o país. Já a direita, que pediu a voz emprestada a Manuela Ferreira Leite, acusa a esquerda de querer dominar totalmente o espectro político nacional.
Eu não sei onde é que têm andado, mas usualmente a contenda política orienta-se no sentido da obtenção do poder. E a esquerda costuma seguir nas fileiras de esquerda, e a direita enfileirada com a direita.
Serão todos canhotos?
Vamos continuar a brincar às teorias conspirativas e ao pueris jogos de guerra e crise política, com Dominique Strauss-Kahn a reservar duas dezenas de passagens aéreas para Lisboa, via Paris ou Berlim?
Esta campanha tem sido cansativa pela inexistência latente de campanha. E se a abstenção costuma chegar aos 50 por cento na eleição do Presidente da República, temo que mais uns quantos eleitores tenham dado meia volta e rumado à casa do não-voto, tão estimulante tem sido esta aventura.

6 de janeiro de 2011

E à 14.ª...

... o Presidente-Candidato Cavaco Silva veta a lei que «facilita a mudança de sexo e consequente alteração de nome no registo civil».
Pois com toda a certeza. Crise, dívida pública (que hoje deu uma guinadela acima dos 7%) e BPN e BPP à parte, é preciso é manter alinhado o eleitorado de direita e devidamente encostado o maneirismo liberal da esquerda. O que será que Pedro Passos Coelho pensa deste veto?

Eu ainda sou do tempo...

Uma ida ao cinema na noite de quarta-feira. Nos cinemas do El Corte Inglés, que são confortáveis e a meio da semana não têm enchentes. Vou para pagar, e a menina - literalmente «menina» - diz-me que são 4,80€.
Ante a minha surpresa por ser suficiente uma nota de 5 e ainda ter troco, a «menina» diz-me:
- «Aqui à quarta-feira o cinema é mais barato.»
- «Mas não era à segunda?» - pergunto.
- «Não, isso é no Lusomundo. Os cinemas do Lusomundo é que escolheram a segunda-feira para os bilhetes mais baratos.»
Claro. Não interessa nada os 32 anos de experiência que levo de cinema mais barato à segunda. A Lusomundo é que inventou...

Operações...

Não só de operações de dívida pública se faz a minha existência. Pelo contrário. Desde meados de Outubro até finais de Dezembro de 2010 foram 3 operações cirúrgicas. Pelo que o goulash teve de ficar em lume brando...
Mas refeita - espero, senão terei de recorrer a uma bruxa de serviço, eficaz contra pragas de terceiros - prometo maravilhosos guisados para 2011.
Bom ano!